domingo, 12 de abril de 2009

China registra crescimento industrial de 8,3% em março

A economia da China voltou a dar sinais de crescimento em muitos setores em março, embora ainda esteja encontrando dificuldades com a queda na demanda global em função da crise, afirmou o primeiro ministro da China, Wen Jiabao, neste sábado, depois do cancelamento da cúpula asiática na Tailândia.
Segundo ele, a produção industrial chinesa cresceu 8,3% em março em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento do primeiro bimestre de 2009 em relação ao mesmo período de 2008 foi de 3,8%. O crescimento do primeiro trimestre ficou em 5% em relação ao ano anterior, informou Jiabao. Apesar de significativo, o crescimento industrial de março é menor que o registrado em fevereiro, que ficou em 11%.
Na quinta-feira (09), o Escritório Nacional de Estatísticas da China deve divulgar dados do produto interno bruto do primeiro trimestre e outros indicadores econômicos importantes de março.
Os empréstimos novos em yuan, a moeda chinesa, atingiram novo recorde em março, o que indica que os esforços feitos por Pequim em ceder crédito para estimular a economia doméstica está funcionando. Os novos dados de empréstimos foram divulgados ao mesmo tempo que o primeiro ministro sinaliza melhorias econômicas em março. Mas uma recuperação ainda está longe de ser assegurada. Os dados divulgados neste sábado (10) e mostram que as reservas estrangeiras da China caíram por dois meses consecutivos no primeiro trimestre, provavelmente refletindo a redução da entrada de recursos na China diante da crise financeira global.
E, à medida em que os novos empréstimos em yuan ficaram acima de 1 trilhão de yuans (US$ 146 bilhões) pelo terceiro mês consecutivo, as preocupações de que o programa de estímulo chinês de 4 trilhões de yuans poderá gerar novos empréstimos de má qualidade para o setor bancário estão crescendo. Existe o temor de que esta elevação significativa de crédito, ao invés de ser direcionada para a economia real, esteja sendo fonte de capital especulativo no mercado de ativos e também acionário da China.
Os dados de empréstimos mostraram que a obtenção de "funding" não deve ser mais um problema. "O que preocupa agora é a qualidade do crédito", afirma a economista da Moody's Economy.com, Sherman Chan. Segundo ela, se o acesso a estes recursos não for feito de forma prudente, o atual crescimento robusto do crédito terá consequências negativas que empurrará a economia mais para baixo.
Em março, os novos empréstimos em yuan atingiram 1,89 trilhão de yuans, ultrapassando o recorde anterior de 1,62 trilhão registrado em janeiro e também acima dos 1,07 trilhão de yuans emprestados em fevereiro, segundo informação do Banco do Povo da China, o banco central chinês. Isto significa que, no primeiro trimestre de 2009, os novos empréstimos ficaram em 4,58 trilhões de yuans, 92% da meta mínima para este ano. A expectativa de Pequim era de que os novos empréstimos crescessem pelo menos 5 trilhões de yuans em 2009 ante os 4,9 trilhões registrados em 2008.
O crescimento destes empréstimos atingiu 29,78% em março ante uma expansão de 24,17% registrada em fevereiro. Também em março, a oferta de dinheiro indicada pela medida mais abrangente, o M2, cresceu 25,51% no final de março em relação ao mesmo período do ano anterior. O M1 chinês mostrou crescimento de 17,04%. O M0, que mede o dinheiro em circulação, aumentou 10,88%. Alguns economistas também notaram um forte crescimento nos depósitos em yuan, que registraram crescimento de 25,73% em março, ante 23 01% em fevereiro. Este forte crescimento nos depósitos pode sinalizar que o consumo doméstico não está voltando a crescer de forma rápida.
Já as reservas estrangeiras na China voltaram a crescer em março depois de registrarem queda por dois meses consecutivos. Em março, as reservas estrangeiras atingiram US$ 1,9537 trilhão ante US$ 1,946 trilhão no final de dezembro de 2008.
Os dados da balança comercial de março mostraram que as exportações chinesas voltaram a cair pelo quinto mês consecutivo mas recuaram 17,1%, menos que os 20% esperados. A queda também foi menor que os 25,7% registrados em fevereiro. Já as importações caíram 25,1% ante expectativa de 21%. Em fevereiro, as importações haviam caído 24,1%. O resultado foi um superávit comercial de US$ 18,56 bilhões em março, superior aos US$ 11,8 bilhões esperados pelo mercado.


Diário do Nordeste, 12 de abril de 2009
Acadêmicos: Ana Claudia, Edvaldo e Wanderson

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